woensdag 6 juni 2018

Meer dan een half miljoen mensen vermoord tussen 2006 en 2016 in Brazilië

Alleen al in 2016 zijn 62.517 moorden gepleegd


Meer dan een half miljoen mensen zijn vermoord tussen 2006 en 2016 in Brazilië, volgens de laatste statistieken over geweld in het grootste land van Latijns-Amerika. Alleen al in 2016 - het laatste jaar waarvan volledige statistieken beschikbaar zijn - zijn 62.517 moorden gepleegd, blijkt uit het dinsdag 5 juni 2018 gepubliceerd onderzoek van het Ipea-onderzoeksbureau (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) en het gerespecteerde Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Dat was bijna 26 procent meer dan een decennium eerder en markeert Brazilië als een van de meest gewelddadige plaatsen op aarde, met een moordcijfer van 30,3 op 100.000 mensen, 30 keer meer dan het Europese cijfer, aldus de studie.

'Alleen al in de afgelopen 10 jaar zijn 553.000 mensen omgekomen als gevolg van opzettelijk geweld in Brazilië", aldus de onderzoekers.

Zoals al lang het geval is in het misdaadlandschap van Brazilië, hebben jonge, arme zwarten verreweg de meeste kans slachtoffer te worden, met blanken, die ongeveer de helft van de bevolking uitmaken, goed voor slechts 28,5 procent van het aantal jaarlijkse moorden. Van mannen tussen de 15 en 29 jaar steeg het aantal moorden tot bijna 281 op 100.000 mensen.



De sterke toename van het aantal moorden vond plaats in een periode waarin Brazilië een opkomende markt werd, voordat het zich in economische wanorde stortte en werd geleid door arme staten in het noorden en noordoosten.

De moordpartijen in de staat Bahia zijn in het decennium bijna 98 procent gestegen en bereikte 47 op 100.000 mensen. Het percentage van Rio Grande do Norte trof 53,4 mensen voor elke 100.000, een stijging van 257 procent, wat 1.854 doden in 2016 betrof.

De grootste stad en economische krachtcentrale van Brazilië, Sao Paulo, is daarentegen getuige geweest van een duidelijke daling van gewelddadige sterfgevallen. Er waren in 2006 8.377 moorden, maar 4.870 in 2016, waarbij het aantal per 100.000 mensen bijna 47 procent daalde.

Rio de Janeiro, waar de regering het leger heeft gestuurd om de politie te helpen in hun bloedige strijd tegen drugsbendes, grijpt de krantenkoppen tegenwoordig. Maar, zelfs met 6.053 moorden in 2016 is dat beter dan een decennium eerder, toen er 7.389 moorden waren. Het percentage per 100.000 mensen in Rio de Janeiro ligt iets boven het nationale gemiddelde, namelijk 36,4.


http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=33411&catid=8&Itemid=6

05/06/2018 11:20

Brasil ultrapassa pela primeira vez a marca de 30 homicídios por 100 mil habitantes
 
Taxas de homicídio entre 2006 e 2016 variaram de uma queda de 46,7% em São Paulo a um aumento de 256,9% no Rio Grande do Norte, segundo o Atlas da Violência 2018, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

O Brasil atingiu, pela primeira vez em sua história, o patamar de 30 homicídios por 100 mil habitantes. A taxa de 30,3, registrada em 2016, corresponde a 62.517 homicídios naquele ano, 30 vezes o observado na Europa naquele mesmo ano, e revela a premência de ações efetivas por parte das autoridades públicas para reverter o aumento da violência. É o que aponta o Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que foi divulgado nesta terça-feira, 5.

Apenas entre 2006 e 2016, 553 mil pessoas perderam suas vidas devido à violência intencional no Brasil. Entre 1980 e 2016, cerca de 910 mil pessoas foram mortas pelo uso de armas de fogo no país. Uma verdadeira corrida armamentista que vinha acontecendo desde meados dos anos 1980 só foi interrompida em 2003, com a sanção do Estatuto do Desarmamento. Em 2003, o índice de mortes por armas de fogo era de 71,1%, o mesmo registrado em 2016.


Homicídios nos estados
A evolução das taxas de homicídios foi bastante heterogênea entre as Unidades da Federação entre 2006 e 2016, variando desde uma redução de 46,7% em São Paulo a um aumento de 256,9% no Rio Grande do Norte. Sete unidades federativas do Norte e Nordeste têm as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes: Sergipe (64,7), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9). Entre os 10 estados onde a violência letal cresceu no período analisado, estão o Rio Grande do Sul e nove pertencentes às regiões Norte e Nordeste.


No Rio de Janeiro, as taxas diminuíam desde 2003, mas em 2012 esse movimento se reverteu e, em 2016, houve forte crescimento dos índices. São Paulo mantém uma trajetória consistente de redução das taxas de homicídio desde 2000. Alguns fatores que podem explicar esse desempenho são as políticas de controle responsável das armas de fogo, melhorias no sistema de informações criminais e na organização policial e a hipótese de pax monopolista do Primeiro Comando da Capital (PCC).


A redução dos homicídios também ocorre desde 2013 no Distrito Federal. A pesquisa constata a efetividade de programas como Paraíba pela Paz (PB) e Estado Presente (ES), lançados em 2011, quando esses estados eram o 3º e o 2º mais violentos do país, respectivamente. Em 2016, caíram para as posições de número 18 e 19.

 
Perfil das vítimas
Os homicídios respondem por 56,5% dos óbitos de homens entre 15 a 19 anos no Brasil. Em 2016, 33.590 jovens foram assassinados – aumento de 7,4% em relação a 2015 –, sendo 94,6% do sexo masculino. Houve crescimento na quantidade de jovens assassinados em 20 Unidades da Federação no ano de 2016, com destaque para Acre (aumento de 84,8%) e Amapá (41,2%), seguidos por Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Roraima. A juventude perdida é considerada um problema de primeira importância no caminho do desenvolvimento social do país e que vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte. 


A desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no período analisado. De todas as pessoas assassinadas no Brasil em 2016, 71,5% eram pretas ou pardas. Naquele mesmo ano, a taxa de homicídios de negros foi duas vezes e meia superior à de não negros (40,2 contra 16,0). Contudo, em nove estados as taxas de homicídio de negros decresceram na década de 2006 a 2016, entre eles São Paulo (-47,7%), Rio de Janeiro (-27,7%) e Espírito Santo (-23,8%).

A pesquisa observa um aumento de 6,4% nos assassinatos de mulheres no Brasil entre 2006 e 2016. No último ano analisado, ocorreram 4.645 homicídios em que a vítima era do sexo feminino. A situação é mais grave em Roraima, que apresentou uma taxa de 10 homicídios por 100 mil mulheres. Em 20 Unidades da Federação, a violência letal contra mulheres negras cresceu no período estudado, e os piores desempenhos ocorreram em Goiás e no Pará.


A edição deste ano do Atlas da Violência também aborda os registros administrativos de estupro no Brasil. Em 2016, as polícias brasileiras registraram 49.497 casos de estupro, conforme informações do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O número contrasta com os 22.918 incidentes desse tipo reportados no Sistema Único de Saúde. De acordo com a pesquisa, certamente as duas bases de informação possuem uma grande subnotificação.


Outras seções do Atlas da Violência tratam das mortes violentas por causa indeterminada, das mortes decorrentes de intervenções policiais, da política de controle responsável de armas de fogo, da qualidade dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde em cada estado e da importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a redução da violência. A pesquisa recomenda, por fim, investimentos em uma arquitetura institucional que capacite o Estado brasileiro e lhe garanta as ferramentas de governança para que se possa efetivamente implementar políticas de pacificação.


Acesse a íntegra do Atlas da Violência 2018
Acesse o infográfico que reúne dados do Atlas da Violência 2018

(Suriname Mirror/AFP/Channel News Asia/IPEA)

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